

Por detrás desse desperdício trágico,
geralmente há uma destas três causas:
O cristão é ignorante das Escrituras,
ou descrente,
ou desobediente.
Acho que muitos cristãos são simplesmente faltos de instrução. Talvez tenham sido persuadidos a entrar no Reino quando estavam apenas meio preparados. A qualquer converso feito dentro dos últimos trinta anos quase certamente se disse que só tinha de receber a Jesus como o seu Salvador pessoal, e tudo estaria bem. Possivelmente algum conselheiro acrescentou que ele agora tinha a vida eterna e com toda a segurança iria para o céu quando morresse, se é que o Senhor não voltasse e o levasse em triunfo antes de chegar a desagradável hora da morte.
Depois daquela precipitada entrada inicial no Reino, geralmente é pouco o que se diz. O recém-convertido vê-se empunhando martelo e serrote, mas sem planta. Não tem a mais remota noção do que se espera que ele construa, razão por que se fixa na enfadonha rotina de polir as suas ferramentas todos os domingos, guardando-as depois na respectiva caixa.
Todavia, às vezes o cristão desperdiça os seus esforços por incredulidade. É possível que, em algum grau, todos sejamos culpados disto. Em nossas orações particulares e em nossos cultos públicos estamos sempre pedindo a Deus que faça coisas que já fez ou que não pode fazer por causa da nossa incredulidade. Clamamos a Ele que fale, quando já falou, e naquele exacto momento está falando. Pedimos-Lhe que venha, quando Ele já está presente e esperando que O reconheçamos. Rogamos que o Espírito Santo nos encha, enquanto que o tempo todo O estamos impedindo com as nossas dúvidas.
É claro que o cristão não poderá esperar manifestação alguma de Deus, enquanto viver em estado de desobediência. Se alguém se nega a obedecer a Deus quanto a algum ponto dado com clareza, se dispõe a sua vontade a resistir obstinadamente a algum mandamento de Cristo, as suas demais actividades religiosas serão desperdiçadas. Pode frequentar a igreja cinquenta anos, sem proveito. Pode “pagar os dízimos”, ensinar, pregar, cantar, escrever, editar, ou promover conferências bíblicas até ficar velho demais para andar e já não tenha nada mais que cinzas, afinal. «O obedecer é melhor do que o sacrificar». Só preciso acrescentar que todo este trágico desperdício é desnecessário. O cristão que de facto crê, saboreia todos os momentos na igreja e tira proveito disto. O cristão instruído e obediente submete-se a Deus como o barro ao oleiro, e o resultado não é desperdício, mas glória eterna.
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