quarta-feira, fevereiro 10, 2010

O maior Mal do Mundo - S. Bolton (1606-1654)

 Aquilo que é universalmente mau, não tendo bem nenhum em si, deve ser o maior mal do mundo. O pecado é inteiramente mau. Como podemos dizer de Deus "não há mal nEle pois Ele é bom" então posso dizer do pecado, não há bem nele, pois ele é inteiramente mau !

Há algo de bom nas piores coisas do mundo e há algo nas piores coisas para torná-las elegíveis à nossa escolha em alguns casos; algo bom na doença, algo bom na morte. Entretanto, não há bem algum no pecado e nem pode qualquer situação no mundo fazer do pecado o objeto de nossa escolha. Embora um pecado pudesse evitar a morte, ainda assim o pecado é universalmente mau e não há bem algum nele. Você não deve fazer uso do pecado a fim de evitar a morte.

Por isso vemos que quando o apóstolo Paulo se referia ao pior pecado, ele não encontrou nenhuma expressão pior do que esta para descrevê-lo em Rom. 7:13 "excessivamente maligno ". Ele o chama de excessivamente maligno - maligníssimo!

Aquilo que é o único objeto da ira de Deus deve ser o supremo mal. Mas o pecado é o único objeto, não somente o objeto, porém o único objeto da ira de Deus. Ele não odeia nada a não ser o pecado. Seu amor flui nos diversos ribeiros em direção a tudo o que Ele tem criado, contudo a Sua fúria corre por somente um canal, e este em direção ao pecado.

Se o homem fosse feito o centro de todos os outros males no mundo, Deus ainda assim poderia amá-lo, se o pecado não estivesse nele. Se existe uma confluência de todos os outros bens, saúde, beleza, riqueza, aprendizado e tudo o mais, Deus o abomina, se existir nele pecado. O amor de Deus não habitará nele, e sim a Sua ira.

Aquilo que separa a alma do Bem maior, aquilo que separa a alma e Deus, o Bem maior, deve ser o maior mal. O pecado faz separação entre a alma e Deus: "mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus" (Is. 59:2), entre sua alma e a graça de Deus, entre sua alma e o conforto de Deus, sua alma e as bênçãos de Deus.

Diz-se que Naamã era um grande homem, um homem honrado, um poderoso homem de guerra, porém ele era um homem leproso. (II Reis 5:1). Quaisquer ornamentos que o homem tenha, quaisquer dons, beleza, bens, riquezas, etc, entretanto se ele for leproso, apesar de ser um homem letrado, um homem rico, ele é um homem repulsivo e isso estraga tudo.

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