segunda-feira, janeiro 04, 2010

- Gente que fez muito bem ao Povo de Deus - (1)

MELQUISEDEQUE
- REI DE JUSTIÇA E PAZ -

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo (Gn 14.18-20).

Abrão acabava de sair vitorioso numa batalha muito difícil.
Para saudar a vitória do servo do Senhor, um “sacerdote do Deus Altíssimo” resolveu presenteá-lo com “pão e vinho”, símbolos de fartura e de alegria que, mais tarde, viria simbolizar elementos de ação de graças (Sl 116.12-13).

Esta é a primeira referência a Melquisedeque nas Sagradas Escrituras. Também ficamos sabendo, por informação do próprio texto, que ele, além de “sacerdote do Deus Altíssimo”, era “rei de Salém”.

Admirável é observar que Melquisedeque só abriu a sua boca para bendizer e abençoar. Uma vez abençoou Abrão e disse: “Bendito seja Abrão”. Outra vez glorificou a Deus e disse: “Bendito seja o Deus Altíssimo”. Diante de tantos atos abençoadores, Abrão reconheceu que estava diante de um homem sério e comprometido com o mesmo Deus a quem ele servia. Para comprovar essa convicção, Abrão deu o dízimo de tudo a Melquisedeque.

Lembre-se que o Dízimo só ganhou força de Lei a partir de Moisés. Aqui, ainda muito tempo antes de Moisés, encontramos o nosso pai na fé entregando o Dízimo de tudo ao sacerdote do Senhor, o Deus Altíssimo.

A segunda vez que aparece o nome de Melquisedeque é no Salmo 110.4, que diz: “Jurou o Senhor e não se arrependerá: ‘Tu és sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque’”. Na compreensão da teologia cristã, esta era uma profecia alusiva a Jesus Cristo que, na interpretação do autor da Carta aos Hebreus, é o nosso eterno sacerdote (Hb 7.1.28). Melquisedeque seria, então, um protótipo de Cristo. Segundo esse autor, Melquisedeque seria uma figura envolta em grande mistério, pois aparece “sem genealogia”, chegando-se mesmo a afirmar que era “sem pai e sem mãe, sem princípios de dias”, e que “permanece sacerdote para sempre” (Hb 7.3).

Por ter sido como foi, Melquisedeque se tornou o modelo para o sacerdócio de Cristo. Porque ele bendisse o santo nome do Senhor e porque ele abençoou a Abrão, recebeu o Dízimo de todas as riquezas de Abrão. Por causa de tudo isso, ele entrou para a história do povo de Deus, mesmo não fazendo parte do povo hebreu. Mas a maior glória que Melquisedeque poderia receber era a de ser considerado uma figura que anunciaria o sacerdócio de Jesus Cristo. Logo, o nome dele é reconhecido tanto entre os judeus quanto entre os cristãos.

Tudo começou pelo fato de ter ele abençoado o nosso patriarca Abraão. Eis aqui um homem reconhecido e reverenciado nos dois Testamentos do povo de Deus: na Aliança de Deus com Abrão e na Aliança de Jesus Cristo com a Igreja.

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