ALEXANDRE, HIMENEU e FILETO
As Cartas Pastorais têm por objetivo orientar a Igreja na correta direção, dentro da sã doutrina, preservando na herança dos Apóstolos e combatendo as heresias ou falsas doutrinas ensinadas por falsos mestres (1Tm 1.3-4; 2Tm 1.6-13; Tt 1.5). Para o jovem pastor Timóteo, o Apóstolo Paulo é bastante incisivo, quando diz: Conjuro-te, pois, diante de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, que pregues a Palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério (2Tm 4.1-5).
Dentre esses “doutores” estavam ALEXANDRE, HIMENEU E FILETO. Cada qual, ao seu modo e em tempos diferentes, causou muita dor e sofrimento ao Apóstolo e à Igreja. O ALEXANDRE de 1Tm 1.20 talvez seja o mesmo “ALEXANDRE latoeiro” de 2Tm 4.14. Latoeiro era a profissão antiga que hoje se chama de metalúrgico. O que se sabe sobre esse homem é que ele deu muito trabalho ao Apóstolo, “causando muitos males” e “resistindo fortemente às suas palavras”. Paulo sabe que “Deus lhe dará pagamento segundo as suas obras”. O Apóstolo mesmo não buscou vingança contra ninguém, mas os entregou nas mãos do Senhor e reto juiz (Rm 12.19).
HIMENEU foi companheiro de ALEXANDRE em alguma demanda contra o Apóstolo. Na verdade, estes dois "naufragaram na fe" (1Tm 1.19). Foram “entregues a Satanás" para que sofressem os danos que eles mesmos impingiram aos outros e "aprendessem a não blasfemar".
Esse “entregar a Satanás” não pode ser confundido com a condenação da excomunhão eterna, pois nesta não haveria oportunidade de aprendizagem, e só há verdadeira aprendizagem se houver possibilidade de retorno. Contudo, parece que HIMENEU preferiu seguir confrontando os ensinos de Paulo.
Fileto se tornou discípulo de Himeneu. Eles passaram a disseminar uma heresia no meio da Igreja de Éfeso, onde Timóteo era o pastor. Esta falsa doutrina era como uma “gangrena” que ”fez alguns se desviarem da fé”. A heresia consistia em acreditar que a ressurreição já havia acontecido (2Tm 2.17-18). Para eles a ressurreição se dera desde o momento do batismo. Acreditavam que agora os batizados não envelheceriam e nem tampouco morreriam (? ! ?) Mas a tradição apostólica ensinava que a ressurreição seria “a ressurreição do corpo” (1Co 15.13-20). Esta era a doutrina que deveria ser pregada na esperança de que os hereges se arrependessem e Deus os convertesse “no conhecimento da verdade” (2Tm 2.25).
Nenhum comentário:
Postar um comentário