quarta-feira, janeiro 06, 2010

- - A graça de VER e o escritor JOSÉ SARAMAGO - -

- - by Rev. Moura Gonçalves - -

A graça de VER e a Missão de SERVIR

José Saramago (escritor português, prêmio Nobel de Literatura, nascido em 16.Nov.1922, em Azinhaga, Portugal) escreve em “ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA”, um de seus “best-seller’s” : “se tu pudesses ver o que eu sou obrigado a ver, quererias estar cego”. Saramago sugere que, num mundo onde todos estão cegos, a visão passa perto de ser uma maldição.
Quem enxerga se torna responsável, e o peso da responsabilidade aos poucos vai se tornando insuportável, quase tanto como a própria cegueira.

A Bíblia Sagrada fala da experiência espiritual cristã como “passagem das trevas para a luz” e anuncia a irrupção do Reino de Deus na pessoa de Jesus. A descrição é clara: “O povo que estava em trevas viu uma grande luz”; e, por essa razão, “aqueles que seguem a Jesus não andam em trevas”.

Quem nasceu de novo, isto é, recebeu o toque do Espírito Santo e acolheu o reinado de Deus em sua vida foi iluminado e passou a ver, como o cego curado por Jesus: “Eu era cego, agora vejo”.


Cristo disse que o olho é a lâmpada do corpo. Assim, se você tiver um olho bom, todo o seu corpo será repleto de luz; mas se tiver um olho mau, tudo em você estará repleto de escuridão. E, continua o Mestre, “caso a luz que está em você seja escuridão, quão terrível será essa escuridão”.

No Judaísmo, “ter um olho bom”, um ayin tovah, significa ser generoso; e ter “um olho mau”, ou ayin ra’ah, significa o exatamente o contrário – significa ser mesquinho.

A cegueira é comparada ao egoísmo; a visão, à solidariedade, à compaixão e também à auto-doação voluntária e ao serviço abnegado.

Enxergar é servir. Andar na luz é praticar as boas obras, preparadas de antemão para que andássemos nelas, e sem as quais a fé é morta.

Contrariando o dito popular que afirma que o pior cego é aquele que não quer ver, podemos crer que a pior cegueira é a cegueira da cegueira. Quem transforma a fé em Cristo numa crença inconsequente é um cego que pensa que vê. E é cego de sua própria cegueira, o que faz dele o pior dos cegos. A distância entre a cegueira e a visão é a mesma que separa  indiferença de compromisso.

Quem recebe a graça de VER recebe a missão de SERVIR.

“Eu era cego; agora vejo”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário